" Está tudo aqui.", enquanto me tocavas na cabeça.
As melhores fotografias são aquelas que guardamos connosco.
O papel é papel. Os ficheiros que guardamos no computador ou em cds são apenas para nos recordarmos que estivemos ali ou fizemos isto e aquilo.
O mais importante está sempre dentro de nós e não precisamos de uma fotografia para lembrar.
Começo a acreditar que as fotografias só servem para provar aos outros que estivemos aqui ou que fomos ali.
Nós carregamos connosco um álbum imenso de fotografias, de bons e maus momentos.
Carrego comigo o dia em que fomos para o aeroporto de Bruxelas dormir.
O voo para Lisboa era cedo e disseste que era estúpido pagar para dormir poucas horas e que conseguíamos dormir no aeroporto "na boa".
Fomos.
Depois de andarmos pelos corredores, subirmos escadas ou deixar antes que as escadas nos subissem, chegámos a um corredor enorme com passadeiras automáticas.
Já na chegada tinha achado piada a um anúncio publicitário da Cofely que passava numa das paredes desse corredor.
Enquanto era transportada pela passadeira, ria-me sozinha a olhar para o anúncio, e nisto tu andavas e já ias bem mais à minha frente.
Quando a música do anúncio ficou lá longe e ainda havia passadeira para andar, dou conta que esta música tocava, ao mesmo tempo que te vejo andar ao sentido contrário do sentido da passadeira, a vires na minha direcção.
Deste-me um beijo.
E percorremos o resto da passadeira juntos.
O que tu não sabes é da perfeição que ainda hoje encontro naquele momento e que a vida tão depressa não vai tirar esta memória de dentro de mim.
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