segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

I love you but I'm not in love with you

Objectos.
Compramos um objecto e usamo-lo até ele cumprir o seu propósito, depois deitamos fora ou compramos um melhor.
Com as pessoas parece que fazemos o mesmo. Tratamos as pessoas como objectos.
Enquanto elas servem, mantemo-las por perto, quando já não nos servem ou quando encontramos alguém melhor, descartamos a primeira para começar a usar a segunda.

Usamo-nos.

Constou-me que este tipo de ideia faz parte da maneira de pensar e viver de certas pessoas que tenho à minha volta.
A ideia de estar numa relação com alguém só até alguém melhor aparecer.
Será isto correcto?!
Criar uma relação com esta ideia dentro de nós?
Para quê então encher a pessoa de esperanças de um futuro a dois, de uma vida em conjunto se a ideia é encontrar alguém melhor pelo caminho e descartar o outro só porque afinal não serve, não preenche as medidas, não é " o/a tal"?

De onde vem essa ideia de que alguém melhor aparecerá na nossa vida?
E que ideia é essa de pessoa melhor?

Há coisas que os meus 30 anos ainda não me fizeram entender.

É o saber que esta ideia vive dentro das pessoas que me faz ter medo de arriscar, de querer mais, pois sei que a qualquer momento posso ouvir um " o problema não és tu, sou eu. Desculpa lá, mas encontrei melhor."
É o saber que esta ideia vive dentro das pessoas que me impede de ser feliz.
Que me faz viver com medo.
Que me faz ter vontade de desistir.

Usamo-nos uns aos outros.
Haverá algo mais horrível do que ser usado?
Do que usar alguém?

Eu cá até aos meus sapatos sou apegada.
Custa-me deitar quinquilharia fora.
Quanto mais pensar na ideia de estar com alguém só até aparecer alguém melhor...








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