Ficção #3

O meu irmão, isto é o Osório, escreveu este texto em 2008, aquando da frequência do seu 12º ano ( ohh tempo volta prá trásss...).

Na altura a burra da sua professora de Língua Portuguesa avaliou o texto apenas com um simples "Bom" acrescentando que ele tivera ajudas ao redigir este texto.

A burra da professora é isso, burra. 

O Osório não teve ajudas e esta história é 35% baseada em factos verídicos.
Divirtam-se! =)

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"Nascido a 21 de Junho de 1977 na pacata aldeia de Vila Porca da Rabona, Pedro Passanha Passos Dias Aguiar, mais conhecido por “Pedrito”, de baixa estatura (cerca de 1,48 metros), cabelo liso e moreno, olhos azuis, pele tipicamente lusitana, ligeiramente escura e suada de após um árduo dia de trabalho no campo e na divulgação de fofocas doidivanas. O que de mais notório existe na face de Pedrito é uma “ENORME” verruga, desculpem-me o eufemismo, saliente e escura como um grão de café, pacatamente no centro da testa. 

Desde muito cedo, os habitantes de Vila Porca da Rabona viam em Pedrito um enorme talento, um dom nunca antes visto na comunidade e que se tornou visível quando com apenas 10 anos de idade, de forma subtil, Pedrito memorizou detalhadamente o diálogo entre a proprietária da mercearia “Aleluia” e Zé Tó “Pastor”, em que no qual, Francelina Aleluia, proprietária, informou Zé Tó que passaria a comercializar com o mesmo valor queijo de cabra com apenas 75% leite de cabra, em alternativa aos queijos com 100% leite de cabra que anteriormente vendia. Após ter memorizado todos os aspectos da conversação (incluindo as variações no tom de voz), em tempo record, percorreu toda a aldeia, transmitindo a informação, mais concretamente o diálogo em discurso directo como é tradicional nas províncias, preferencialmente às mulheres, assegurando-se assim de que se difundiria rapidamente. Com isto o consumo dos célebres queijos de Francelina diminuiu, caindo a mesma num inexorável estado depressivo, ainda mais agravado quando esta soubera que seu fiel companheiro, Piloto, o Cão, havia sido mortalmente atropelado por um “papa-reformas” ou, como é conhecido no meio urbano, por um “mata-velhos”, acidente este que fora, uma vez mais, como seria inevitável, presenciado pelo protagonista desta triste e estupidamente ridícula história. Já Pedro, foi condecorado pelo prestigioso e intelectual presidente da junta de freguesia local, o suinicultor Alberto Costa, com a medalha da ordem dos mensageiros, passando a designar-se por MSN Pastana.

Com o passar dos anos foi aperfeiçoando a sua técnica de coscuvilhice, mantendo informada toda a comunidade leviana acerca das mais fúteis e insignificantes fofocas da aldeia de Vila Porca da Rabona, atingindo um nível de reconhecimento superior ao do seu irmão, Asdrubal Aguiar, célebre por desempenhar as funções de árbitro de futebol, bombeiro, vice-presidente da Junta e coveiro, sendo que a última é a mais rentável de todas, uma vez que o número de funerais por mês consegue, por vezes, ser superior a 6!.

O nome de Pedrito percorreu o país e as estações televisivas SIC e RTP interessaram-se de imediato na exploração dos seus dotes, oferecendo-lhe propostas majestosas em troco da sua participação, ou na rubrica televisiva a “Tertúlia cor-de-rosa”, onde substituiria Cláudio Ramos, ou no programa “Telerural” conjuntamente com o seu irmão Asdrubal. Estupidamente, Pedrito rejeitou ambas as propostas e actualmente, com 31 anos, encontra-se inscrito num suposto curso de informática do plano “Novas oportunidades”, lançado pelo Primeiro-Ministro (Eng.º?) José Sócrates Pinto de Sousa, saciando assim um dos seus maiores desejos, aprender a enviar E-mails."